Vitamine seu verão

Dos alimentos que você coloca no prato ao que usa para cobrir a pele, veja como tornar o banho de sol mais saudável. E ainda ganhar uma cor atraente.

Texto • Daniela Hirsch

Você pode amenizar os efeitos da exposição da pele à radiação ultravioleta considerando de antemão o que vai colocar no prato. É que alimentos ricos em antioxidantes podem resultar em dupla proteção: reduzem os radicais livres e protegem sua pele da radiação.

Com essa missão, a nutricionista clínica Daniella Galego, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, selecionou para BONS FLUIDOS os nutrientes que não podem faltar nas refeições. Prepare a lista e considere esses itens nas próximas vezes que for às compras.

Alimentos coloridos

Frutas e vegetais alaranjados, como cenoura, abóbora e mamão, e folhas verde-escuras, como rúcula e espinafre, são ricos em betacaroteno. Eles têm a capacidade de absorver a radiação ultravioleta, minimizando danos no DNA, aumentar a pigmentação (fator de proteção) e reduzir a formação de radicais livres. O tomate (principalmente o cozido) e a melancia também são ricos em licopeno, o responsável pela cor vermelha dos alimentos e ligado à maior proteção contra os raios ultravioleta. Nas frutas, especialmente as cítricas (laranja, acerola, maracujá), e nos vegetais, a vitamina C regenera a estrutura das fibras colágenas e age em sinergia com o cobre e o manganês na síntese de colágeno.

Grãos

São ricos em vitamina E, selênio e zinco. Os primeiros itens fortalecem o sistema imunológico, combatem a formação de radicais livres e ainda agem como anti-inflamatórios. Castanha-do-pará, brócolis, cogumelos, couve, cebola e alho atuam nessa mesma proteção. Já o zinco melhora a hidratação, mantém a elasticidade, previne o ressecamento e tem efeito antioxidante em sinergia com o selênio.

Peixes
Todos os tipos contêm vitamina E, selênio e zinco. A sardinha ainda oferece a coenzima Q10, que diminui a produção de radicais livres e ajuda na regeneração celular.

Espinafre e brocólis

O efeito antioxidante destes vegetais se deve à presença da coenzima Q10, da luteína e da zeaxantina.

Chá verde

Pesquisas indicam que consumir duas ou mais xícaras de chá verde por dia torna as pessoas mais protegidas contra o câncer de pele do que quem não consome a bebida. Os polifenóis, que protegem de uma exposição solar moderada, também ajudam na redução de eritema (vermelhidão).

Proteção solar

Mas não importa o que você come, se faz sol ou está nublado, se você vai para a praia ou para o campo, é preciso usar protetor solar. Diariamente. O bom senso aqui é matemático: 15 minutos de sol por dia, em média, sem protetor para o melhor aproveitamento dos raios ultravioleta, que estimulam a produção de vitamina D, vital para os ossos (porque aumenta a absorção de cálcio), para o sistema imunológico e para outros órgãos, como pâncreas, rim e cérebro.

No restante do tempo, nem discuta: passe filtro contra os raios UVA e UVB (veja alguns bons produtos na página ao lado), que atravessam a camada de ozônio, causando danos como o envelhecimento precoce, as manchas e o câncer de pele.

Hoje já existem protetores para peles acneicas e oleosas (o principal tipo presente nas brasileiras), com ativos que, ao mesmo tempo, hidratam a pele, são práticos de aplicar e contêm FPS que realmente bloqueia os raios. Quanto ao FPS maior que 30, há uma forte discussão científica. Para esclarecer, falamos com o farmacêutico e especialista em proteção solar Emiro Khury. “Fatores maiores que 30 valem. Mas, conforme você aumenta o valor, menor é a diferença bloqueada. Por exemplo, um protetor FPS 10 barra 60% da radiação UVB, o FPS 30, 90%, e o FPS 50, 95%”, explica Khury. Segundo ele, o risco do FPS alto está na falsa sensação de que a pessoa está protegida. “Mesmo acima do FPS 50, a reaplicação deve ocorrer com frequência e nas quantidades recomendadas”, completa Khury.

Nos últimos anos, os protetores também prometem bloquear os raios UVA. O problema está na medição dos efeitos. “Enquanto o UVB causa eritema (vermelhidão na pele), o UVA é um raio silencioso. Ele tem efeito cumulativo. As manchas e, no pior dos casos, o câncer de pele equivalem à soma das exposições ao sol desde a infância até a vida adulta”, detalha o especialista.

Evolução cosmética

Se sua desculpa era a textura ou a dificuldade para aplicar o produto, conheça as novidades com ativos que agregam outros benefícios, frascos com spray e conteúdo em forma de gel e musse. “Hoje, o combate aos malefícios dos raios solares serve não para prevenir o envelhecimento, mas para a pessoa envelhecer bem”, completa Khury.

Os produtos com filtro solar para cabelo, segundo Khury, qualquer que seja o fator de proteção, criam uma barreira protetora para o fio. Mas servem apenas para preservar a cor. Sob os raios ultravioleta, a melanina e o corante da tintura são alterados, resultando no desbotamento dos cabelos tingidos. Já os fios naturais ficam mais bem preservados. O especialista desfaz outro mito: não é o sol que deixa os cabelos quebradiços. Isso ocorre pelo excesso de lavagem e cloro e devido à ingestão de poucas vitaminas.

Fique bronzeada longe do sol

Os cremes autobronzeadores são uma saída saudável para quem quer ficar com a pele bronzeada. “Esse método seguro e eficaz não prejudica a saúde da pele”, afirma a dermatologista Rosiane Boabaid. Pode ser uma alternativa tanto para quem é alérgica ao sol quanto para quem só se lembra de que precisa de uma corzinha na hora que o verão aparece e as saias deixam o armário.

O autobronzeador atua como uma maquiagem superficial. A principal responsável por esse resultado tonalizante é a di-idroxiacetona (DHA). Mas seu cheiro não é lá muito bom. A novidade dos produtos mais recentes é justamente driblar esse incômodo com a adição de elementos que aproximam esses cremes dos hidratantes, com textura e odor mais agradáveis. O tom amarelado, outro ponto de muitas críticas, também foi anulado graças ao acréscimo de outro ingrediente ativo na composição: a eritrulose, cujo resultado tonalizante é amarronzado.

Para não errar na mão, literalmente, fizemos um roteiro expresso do que fazer na sua próxima sessão de autobronzeamento. Anote:

• Realize uma exfoliação antes de aplicar pela primeira vez o produto. Ela remove as células mortas e ajuda a garantir a uniformidade da pele para receber o autobronzeador. Capriche em cotovelos, joelhos, tornozelos e pés, pois normalmente são mais ásperos e tendem a acumular mais o creme (passe menos autobronzeador neles).

• Seque bem a pele antes de espalhar o produto. Partes úmidas do corpo podem causar irregularidade na absorção e, consequentemente, aparecerão manchas.

• Para aplicar, use luva ou lave as mãos logo em seguida. Caso contrário, sua palma também vai ficar tingida ou, pior, manchar sua roupa.

• Dê preferência aos produtos com ingredientes hidratantes. Os antigos autobronzeadores ressecavam a pele e tinham um odor desagradável.

• Aguarde alguns minutos (conforme orientação da embalagem do produto) antes de se vestir. Evite roupas justas, pois elas também podem causar manchas na pele.

• Não tente consertar um erro de autobronzeamento. É melhor você interromper o uso, exfoliar a pele no banho e recomeçar o procedimento.

Importante: o autobronzeador não tem filtro solar. Se você vai se expor ao sol, comece a passar o produto uma semana antes. No dia de ir para a praia ou piscina, aplique apenas o protetor solar. (Não se engane achando que, por estar “bronzeada”, pode reduzir o fator de proteção. Lembre-se de que sua pele está apenas maquiada.)
A roupa que protege

Quem tem pele clara, faz esportes ao ar livre, vai à praia ou piscina pode se beneficiar dos tecidos tecnológicos. Existem peças de roupa e bonés que oferecem proteção máxima contra a radiação ultravioleta. Aquelas com FPU (similar ao fator de proteção solar, o fator de proteção ultravioleta é específico para roupas) 50+ garantem um melhor bloqueio à passagem dos raios. Podem ser de poliamida, que é confeccionada de fios à base de dióxido de titânio, responsável por bloquear 98% dos raios UVA e UVB. Já os itens de algodão com o mesmo fator de proteção recebem um aditivo no tingimento que absorve essa radiação, impedindo que atinja a pele. Vale dizer que as peças de roupa sem esses aditivos também criam uma barreira, mas, dependendo do tecido, isso pode ser pouco. “Os tecidos tecnológicos são vantajosos. Mesmo assim, a pessoa deve aplicar filtro solar no rosto e no corpo. Roupas e boné não cobrem 100% da pele”, alerta a dermatologista Rosiane Boabaid, do Centro Paulista de Medicina Cutânea. As marcas UV.Line (www.uvline.com.br) e Sun Cover (www.suncover.com.br) oferecem seus produtos em lojas virtuais.

Cápsulas funcionam?


As pílulas de bronzeamento à venda nas farmácias não fazem você ficar com aquele tom dourado só por ingeri-las. Elas contêm betacaroteno, licopeno e vitamina E, que estimulam a produção de melanina e potencializam o bronzeado. “Mas para isso acontecer a pele precisa de exposição ao sol”, diz Rosiane Boabaid. Inicie o consumo 15 dias antes de se expor. Um alerta: essas cápsulas não oferecem proteção. Portanto, use filtro solar.
fonte:  http://bonsfluidos.abril.com.br/edicoes/0130/corpo/vitamine-seu-verao-611592.shtml